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Tudo sobre a região do Anhanduizinho

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Campo Grande, terça-feira, 26 de dezembro de 2023.

ação humanitária

Equipes compostas por médicos, dentistas e veterinários enfrentam o desafio na expedição pelo Pantanal levando humanização aos povos ribeirinhos

Por Gilson Giordano em 20/10/2023 às 10:12

Equipes de médicos e dentistas dividem pequenos espaços para proporcionar bem estar e melhor a qualidade de vida dos ribeirinhos esquecidos (Foto: Divulgação)

Longe de ser uma aventura, pois na verdade se trata de uma ação humanitária que será realizada através da  viagem pelo coração do Brasil levando assistência médica, odontológica, veterinária e sanitária para um povo que vive isolado pelas distâncias e desafios dos caminhos pantaneiros, onde serão percorridos mais de mais de 1.600 quilômetros entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,  dos quais, cerca de 900 km dentro do Pantanal, enfrentando caminhos muito difíceis, com elevadas temperaturas, além de jornadas de atendimentos diários que passam de 14 horas.

Essa será a tônica da equipe “Expedição Alma Pantaneira”, composta por 42 integrantes que a partir desta segunda-feira (23), partirá a bordo de picapes e caminhões 4×4 para levar assistência ao povo pantaneiro. Diferente das ações que acontecem às margens dos rios, atendendo as populações ribeirinhas, carentes que vivem no mais completo esquecimento.

Funcionamento

A equipe, composta de médicos, dentistas, veterinários, enfermeiros e pessoal de apoio, viaja a bordo de picapes e jipes com tração nas quatro rodas. A Marinha do Brasil também integra a expedição, cedendo dois caminhões que ajudam no transporte do material e militares que apoiam em toda a parte logística.

Durante o planejamento das ações, a equipe dos Médicos do Pantanal (MDP) faz o levantamento dos lugares com melhor estrutura para que sejam montadas as bases de atendimento.

De acordo com o médico ortopedista Waldir Albaneze, há 12 anos que a equipe enfrenta esse desafio anual, tendo realizado mais de 30 mil procedimentos, para atenuar o sofrimento de quem vive tão distante e longe das comodidades proporcionadas nas cidades.

“Já são 12 anos de expedições e mais de 30 mil procedimentos realizados. Nossa missão é levar saúde e dignidade ao povo dessa região. Todos são voluntários e investem tempo e dinheiro para que tudo aconteça. Este ano nossa previsão é ultrapassar 4,5 mil procedimentos nos 12 dias da nossa viagem”, comenta e um dos idealizadores da Alma Pantaneira.

Encabeçada pela organização independente Médicos do Pantanal (MDP), a expedição ainda distribuirá também, cerca de cinco toneladas de material de higiene pessoal, material escolar, brinquedos entre outros itens.

Pesquisadores

Também integram a Expedição pesquisadores que ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pantaneiros.

Entre os pesquisadores, está o médico oncologista José Márcio Figueiredo realiza trabalhos sobre a incidência de câncer na população da região. “Já temos levantado importantes dados que nos ajudarão do tratamento e prevenção de vários tipos da doença que afetam quem mora no Pantanal. Com isso vamos propor diversas ações para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, explica o médico.

Outra importante pesquisa trata da qualidade da água consumida nas fazendas e retiros pantaneiros. “Já sabemos que a água usada pelas pessoas na região não é de boa qualidade. Há poucos recursos para tratar essa água e faltam, por exemplo, filtros domésticos, que poderiam amenizar a situação. Nosso trabalho é de identificar ações que possam cuidar dessa água que pode afetar a saúde das pessoas”, explica a engenheira e pesquisadora Debora Ferreira dos Reis.

Na área veterinária, o doutor Marcos Barbosa Ferreira, professor da Uniderp, desenvolve um estudo sobre o “ovino pantaneiro” uma raça de carneiro que se desenvolveu no Pantanal e que tem características genéticas que os tornam mais resistente às cheias e as secas da região. “Essa raça se desenvolveu sozinha há mais de 400 anos e é muito adaptada ao ambiente que a cerca. Estudar essa raça pode ajudar no desenvolvimento de outros rebanhos de carneiros até fora do nosso Pantanal”, afirmou.

Dentistas

Entre os integrantes da expedição, os dentistas são os mais solicitados pela população pantaneira. Nos locais de atendimento as filas para tratamento são grandes e os profissionais trabalham às vezes mais de 14 horas por dia. “Identificamos nesses anos de expedição, uma melhora considerável na saúde bucal das pessoas que são atendidas pelo nosso grupo anualmente, principalmente nas crianças, onde conseguimos atuar na prevenção. Mesmo assim, ainda precisamos fazer muitas extrações de dentes, tratamento de canal e outros procedimentos que levam mais tempo”, comenta o dentista Rodrigo Laranjeira, do Rio de Janeiro e que há seis anos participa da Alma Pantaneira.

Mesmo em local improvisado, o tratamento odontológico é uma dos mais procurados e neles, os profissionais buscam a realização do melhor tratamento possível aos pacientes (Foto: Divulgação)

Também são assistidas as escolas das comunidades locais com palestras sobre higiene e cuidados com a saúde, além da distribuição de itens como escovas e pasta de dente, além de material escolar e brinquedos.

Como participar?

Os Médicos do Pantanal fazem parte de um grupo de profissionais que buscam parcerias para levar o projeto de saúde para os lugares mais distantes e carentes da região. De forma voluntária, contam com apoio de colaboradores e empresários para ajudar no custeio das despesas como combustível, alimentação, compra de material médico, odontológico, escolar, medicamentos e outros gastos que a expedição impõe.

Qualquer pessoa pode ajudar fazendo doações ao projeto.

O PIX do Instituto Alma Pantaneira é o CNPJ 25118108000104.

Para mais informações, entrevistas, fotos e vídeos, favor entrar em contato com o Paulo Cruz, assessor da Alma Pantaneira pelo telefone 67 99902-2700.

Instagram: @institutoalmapantaneira

www.institutoalmapantaneira.com.br

Os pantaneiros são simples, calmos, acostumados à solidão e ao isolamento. Não deixam de lado a solidariedade e estão sempre prontos a ajudar, a falar sobre animais, águas e a contar seus causos. É antes de tudo um povo forte e que está acostumado com as adversidades e perfeitamente integrados ao ambiente que os cerca.

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